terça-feira, 27 de setembro de 2011

Rio, isso é só por quê, li mentiras sobre você...

Bom, se um blog é um canal para eu falar comigo mesmo e com o mundo, posso falar com todos ou ninguém, coisas importantes ou bobagens.
Posso também responder o post de alguém noutro blog, sem "entulhar" seus comentários. Esse é o caso.
O texto original parece reproduzir de boa fé, informação que me parece manipulada pela mídia. Com que intenção, não sei, só posso imaginar.
Julgue você mesmo. Veja o vídeo do JN aqui , o texto publicado no site da Globo aqui, e o artigo no blog Diário do Rio, aqui.
Abaixo, minhas respostas específicas aos primeiros comentários sobre a notícia e também para quem escreveu o texto.

Concordo com os itens listados pelo leitor Jan Kruger, menos o número 4, pedágio urbano.
O que existe hoje no Rio, como exemplo, a Linha Amarela é uma aberração jurídica, para não dizer afronta à lei.
Só se explica a existência desse absurdo por leniência de quem deveria fiscalizar ou corrupção, da braba. Nem vou entrar nesse mérito, isso seria assunto para um post próprio.
Quanto à sinusite do leitor Ricardo Fontes ser pior em São Paulo do que no Rio, é justamente pela menor umidade em conjunto com os poluentes suspensos no ar da terra da garoa.

Quando se fala em poluição, necessariamente se fala nas condições ambientais do local poluído, pois as informações sobre essas condições ajudam a se definir qual é o nível real de poluição desse lugar.
Nesse ponto, o ar mais seco em São Paulo influencia a poluição na cidade: ele a potencializa e a piora. Ou, "cataliza", como diz o próprio leitor.
Isso é especialmente verdade na inversão térmica, com pouco vento ou chuva, os poluentes ficam suspensos no ar, sem ter para onde fugir, a não ser para nosso pulmões.

São Paulo fica num planalto, mas não é um lugar perfeitamente plano. Pelo contrário, é geograficamente acidentado e há cadeias de montanhas próximas, como a Serra da Cantareira, que, formando uma barreira natural, em vez de ajudar, contribuem para dificultar a dissipação dos poluentes.
Embora no Rio também haja inversão térmica, e a cidade não exista somente à beira-mar, a distribuição da mata em algumas regiões da cidade realmente ajuda a "diluir" a poluição, embora de forma desigual.
Para as áreas de praia, o regime natural da brisa marinha, pela manhã e à noite, também ajuda nesse processo.
Não creio que a OMS tenha sido subornada como suspeitaram, mas é estranho, muito estranho, como disse o leitor Ricardo Fontes, que cidades como Xangai e Beijing (Pequim) na China sejam classificadas como mais poluídas que o Rio. Só se explica, creio, pelos diferentes métodos de avaliação usados.

A leitora Abigail diz " e nós, todos pimpões (...)", talvez sobre um certo orgulho pelo Rio. Nós quem, cara pálida? Cariocas? Nem todo carioca vive iludido com a fantasia midiática da Cidade Maravilhosa.
E cariocas não falam "a última bolacha do pacote", mas sim "biscoito".
Como, aliás, vem impresso nos pacotes. Chamar biscoito de "bolacha" é típico regionalismo de de São Paulo, não do Rio... Nada contra o falar de São Paulo, mas essa é uma carioca meia estranha...

O blog diz que a "desculpa" dada pela Secretaria de Saúde do Rio não vem ao caso. Como assim não vem ao caso?! E o Método Científico?
Não se compara papel com kiwi, nem esgoto com mamadeira.
Medições e avaliações científicas, para fins de comparação, tem que usar o mesmo método, a mesma escala, para poderem ser levadas a sério.
Se não, será uma "comparação" inexata, injusta, e, imprecisa, não-científica - e jornalisticamente, não séria.
Feitas por métodos diferentes, e com equipamentos e condições diferentes, não seriam comparação científica, mas erro, ou manipulação dos dados.

Por outro lado, creio que há sim, poluição demais no Rio. E ação corretiva e preventiva de menos. Mas não é "papagaiando", o que a "grande mídia" diz, sem ao menos um fiapo de senso crítico, que vamos melhorar nossa cidade, estado ou país.
Só se consegue isso, quando se usa informações confiáveis, isentas, e em seguida põem-se em prática ações concretas e que se mostrem efetivas.
E que, de preferência, sejam independentes de ideologias políticas específicas.

Porém, ninguém precisa acreditar em mim, como diria o ImprenÇa :
Leia informações que o JN não mostrou aqui, a própria Globo veiculou, e aqui, o que a EBC publicou sobre o assunto.

Não sou dono da verdade. Sei que, como todos, posso cometer erros crassos no que escrevo, ainda que com boa intenção.
O que eu não posso mais é ceder à inércia de décadas, e aceitar calado tudo que nos é empurrado pelos meios de comunicação "tradicionais" , sem nem parar para pensar, questionar, perguntar, discutir, opinar.

Você pode?

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