quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A vida como ela é... divulgada.

Não, a selva não é só o Rio, não é só o Brasil, não é só o trópico: é todo o mundo humano, que é o mundo todo.

Guerra de preconceitos entre norte e sul do país; "apagões" ou "apaguinhos" transtornando a vida de milhões (ou não); a aviltante falta de respeito com quem precisa enterrar seus mortos em Belém; o descaso com o dedinho perdido de uma menina pobre ou com a perda da vida de outra, espancada até a morte; o desespero e a revolta de um povo, não porque tem consciência política, mas simplesmente porque tem fome e a demonização e condenação de um ser humano e da livre informação, porque incomodam o Império.
Tudo isso, e muito mais, é vomitado pela "grande mídia" todo o tempo, exaustiva e incessantemente. E quando achamos que não há mais nada além do mundo cão, aí temos futebol, o samba, o carnaval (mesmo com o incêndio no Rio), as praias cariocas, de Floripa, do Nordeste, o Rio e a São Paulo das novelas, e o BBB. Ah, o BBB. Catarse ?

O que é verdade e o que é a Verdade ? O que diria Orwell se estivesse vivo e como seria um "1984" escrito em face dos dias de hoje ?
Acho que não seria escrito. Perderia o sentido. Bastaria, como basta, ligar a tv, ler os jornais, escutar conversas no elevador, no trabalho, no shopping, no clube, na praia, na "night", na universidade.
Muito de vez em quando, podemos perceber um Winston Smith, se escondendo, aqui ou ali, e mais raramente um Goldstein, mas a grande maioria é mesmo Prole: acrítica, ignorante, manipulável e manipulada.

Nosso querido Big Brother é a própria mídia, que faz, ao mesmo tempo, as vezes de Teletela e Polícia do Pensamento: Difunde atrocidades e mentiras como verdades e benesses, crucifica divergências e dissonâncias, vigia nossas reações, anestesia a todos com esperanças falsas e símbolos de felicidade ilusórios e pune, implacavelmente, com toda a força da hipnotizante (des)informação non-stop, todo e qualquer dissidente.
Há saída ? Há uma pílula vermelha, atraente o suficiente para que todos a queiram engolir ? Como sempre, não sei.

Mas nesse mar de imoralidade e insensibilidade covarde em que nossa sociedade se tornou, e em razão de como ela se formou, só vejo o que sempre chamei de "as duas pontas".
Deve haver a ação final, a punição para os ilícitos e os abusos que são contra os interesses da coletividade, buscando-se sempre o respeito à individualidade e que todos tenham direito à ampla defesa, democraticamente.

Mas deve antes haver a ação inicial, a educação. Fazem parte do jogo, paciência, respeito, debate, discordância, militância, aprendizado, capacidade crítica, cidadania e, na base, a educação. Educação, educação, educação. No sentido mais amplo e no mais estrito. Sempre instigando o indivíduo ao pensamento crítico, à analise dos fatos e suas consequências, boas e ruins.
Levando-o a ver o que me parece óbvio: a sociedade é realmente boa, quando é boa para todos.

Talvez os filhos de nossos netos vejam essa nova sociedade, essa nova vida, que não nos será dada nem vendida, mas conquistada, com ação, sem omissão. Diz-se que Cristo disse : "Orai e vigiai". Se Ele o disse ou não, não sei, desculpem-me a ignorância, mas o importante é que o façamos, que o comecemos. Se possível já, de preferência agora.

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