segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Suspenso por motivo de preguiça maior

Vai passar. Quando voltar, eu explico...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Rio, isso é só por quê, li mentiras sobre você...

Bom, se um blog é um canal para eu falar comigo mesmo e com o mundo, posso falar com todos ou ninguém, coisas importantes ou bobagens.
Posso também responder o post de alguém noutro blog, sem "entulhar" seus comentários. Esse é o caso.
O texto original parece reproduzir de boa fé, informação que me parece manipulada pela mídia. Com que intenção, não sei, só posso imaginar.
Julgue você mesmo. Veja o vídeo do JN aqui , o texto publicado no site da Globo aqui, e o artigo no blog Diário do Rio, aqui.
Abaixo, minhas respostas específicas aos primeiros comentários sobre a notícia e também para quem escreveu o texto.

Concordo com os itens listados pelo leitor Jan Kruger, menos o número 4, pedágio urbano.
O que existe hoje no Rio, como exemplo, a Linha Amarela é uma aberração jurídica, para não dizer afronta à lei.
Só se explica a existência desse absurdo por leniência de quem deveria fiscalizar ou corrupção, da braba. Nem vou entrar nesse mérito, isso seria assunto para um post próprio.
Quanto à sinusite do leitor Ricardo Fontes ser pior em São Paulo do que no Rio, é justamente pela menor umidade em conjunto com os poluentes suspensos no ar da terra da garoa.

Quando se fala em poluição, necessariamente se fala nas condições ambientais do local poluído, pois as informações sobre essas condições ajudam a se definir qual é o nível real de poluição desse lugar.
Nesse ponto, o ar mais seco em São Paulo influencia a poluição na cidade: ele a potencializa e a piora. Ou, "cataliza", como diz o próprio leitor.
Isso é especialmente verdade na inversão térmica, com pouco vento ou chuva, os poluentes ficam suspensos no ar, sem ter para onde fugir, a não ser para nosso pulmões.

São Paulo fica num planalto, mas não é um lugar perfeitamente plano. Pelo contrário, é geograficamente acidentado e há cadeias de montanhas próximas, como a Serra da Cantareira, que, formando uma barreira natural, em vez de ajudar, contribuem para dificultar a dissipação dos poluentes.
Embora no Rio também haja inversão térmica, e a cidade não exista somente à beira-mar, a distribuição da mata em algumas regiões da cidade realmente ajuda a "diluir" a poluição, embora de forma desigual.
Para as áreas de praia, o regime natural da brisa marinha, pela manhã e à noite, também ajuda nesse processo.
Não creio que a OMS tenha sido subornada como suspeitaram, mas é estranho, muito estranho, como disse o leitor Ricardo Fontes, que cidades como Xangai e Beijing (Pequim) na China sejam classificadas como mais poluídas que o Rio. Só se explica, creio, pelos diferentes métodos de avaliação usados.

A leitora Abigail diz " e nós, todos pimpões (...)", talvez sobre um certo orgulho pelo Rio. Nós quem, cara pálida? Cariocas? Nem todo carioca vive iludido com a fantasia midiática da Cidade Maravilhosa.
E cariocas não falam "a última bolacha do pacote", mas sim "biscoito".
Como, aliás, vem impresso nos pacotes. Chamar biscoito de "bolacha" é típico regionalismo de de São Paulo, não do Rio... Nada contra o falar de São Paulo, mas essa é uma carioca meia estranha...

O blog diz que a "desculpa" dada pela Secretaria de Saúde do Rio não vem ao caso. Como assim não vem ao caso?! E o Método Científico?
Não se compara papel com kiwi, nem esgoto com mamadeira.
Medições e avaliações científicas, para fins de comparação, tem que usar o mesmo método, a mesma escala, para poderem ser levadas a sério.
Se não, será uma "comparação" inexata, injusta, e, imprecisa, não-científica - e jornalisticamente, não séria.
Feitas por métodos diferentes, e com equipamentos e condições diferentes, não seriam comparação científica, mas erro, ou manipulação dos dados.

Por outro lado, creio que há sim, poluição demais no Rio. E ação corretiva e preventiva de menos. Mas não é "papagaiando", o que a "grande mídia" diz, sem ao menos um fiapo de senso crítico, que vamos melhorar nossa cidade, estado ou país.
Só se consegue isso, quando se usa informações confiáveis, isentas, e em seguida põem-se em prática ações concretas e que se mostrem efetivas.
E que, de preferência, sejam independentes de ideologias políticas específicas.

Porém, ninguém precisa acreditar em mim, como diria o ImprenÇa :
Leia informações que o JN não mostrou aqui, a própria Globo veiculou, e aqui, o que a EBC publicou sobre o assunto.

Não sou dono da verdade. Sei que, como todos, posso cometer erros crassos no que escrevo, ainda que com boa intenção.
O que eu não posso mais é ceder à inércia de décadas, e aceitar calado tudo que nos é empurrado pelos meios de comunicação "tradicionais" , sem nem parar para pensar, questionar, perguntar, discutir, opinar.

Você pode?

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sábado, 7 de maio de 2011

#RioBlogProg : I Encontro Estadual dos Internautas Progressistas do Rio de Janeiro

Minhas postagens neste blog-fantasma têm sido praticamente nulas, em parte por motivos alheios à minha vontade, mas em parte por um pouco de preguiça e impaciência mesmo, admito.
No entanto, o Encontro que está acontecendo na cidade do Rio de Janeiro, neste final de semana, é mais do que motivo para eu "voltar". Nele se debatem vários assuntos, desde o papel da mídia hoje, até a regulamentarização da profissão de blogueiro, entre tantos outros temas muito interessantes. Infelizmente, o único modo que tenho de contribuir com esse acontecimento é divulgando o evento, mesmo que muito poucos me leiam.
Peço desculpas pelo atraso, porque tudo começou ontem. Mas há vídeos para se acompanhar e textos para se ler a respeito do que é falado e discutido.
Se você ficou interessado(a) como eu, mas também não pôde ir, acompanhe no site Rio Blog Prog, no @rioblogprog ou no "livestream" (transmissão de vídeo, ao vivo) abaixo:



Video streaming by Ustream

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A vida como ela é... divulgada.

Não, a selva não é só o Rio, não é só o Brasil, não é só o trópico: é todo o mundo humano, que é o mundo todo.

Guerra de preconceitos entre norte e sul do país; "apagões" ou "apaguinhos" transtornando a vida de milhões (ou não); a aviltante falta de respeito com quem precisa enterrar seus mortos em Belém; o descaso com o dedinho perdido de uma menina pobre ou com a perda da vida de outra, espancada até a morte; o desespero e a revolta de um povo, não porque tem consciência política, mas simplesmente porque tem fome e a demonização e condenação de um ser humano e da livre informação, porque incomodam o Império.
Tudo isso, e muito mais, é vomitado pela "grande mídia" todo o tempo, exaustiva e incessantemente. E quando achamos que não há mais nada além do mundo cão, aí temos futebol, o samba, o carnaval (mesmo com o incêndio no Rio), as praias cariocas, de Floripa, do Nordeste, o Rio e a São Paulo das novelas, e o BBB. Ah, o BBB. Catarse ?

O que é verdade e o que é a Verdade ? O que diria Orwell se estivesse vivo e como seria um "1984" escrito em face dos dias de hoje ?
Acho que não seria escrito. Perderia o sentido. Bastaria, como basta, ligar a tv, ler os jornais, escutar conversas no elevador, no trabalho, no shopping, no clube, na praia, na "night", na universidade.
Muito de vez em quando, podemos perceber um Winston Smith, se escondendo, aqui ou ali, e mais raramente um Goldstein, mas a grande maioria é mesmo Prole: acrítica, ignorante, manipulável e manipulada.

Nosso querido Big Brother é a própria mídia, que faz, ao mesmo tempo, as vezes de Teletela e Polícia do Pensamento: Difunde atrocidades e mentiras como verdades e benesses, crucifica divergências e dissonâncias, vigia nossas reações, anestesia a todos com esperanças falsas e símbolos de felicidade ilusórios e pune, implacavelmente, com toda a força da hipnotizante (des)informação non-stop, todo e qualquer dissidente.
Há saída ? Há uma pílula vermelha, atraente o suficiente para que todos a queiram engolir ? Como sempre, não sei.

Mas nesse mar de imoralidade e insensibilidade covarde em que nossa sociedade se tornou, e em razão de como ela se formou, só vejo o que sempre chamei de "as duas pontas".
Deve haver a ação final, a punição para os ilícitos e os abusos que são contra os interesses da coletividade, buscando-se sempre o respeito à individualidade e que todos tenham direito à ampla defesa, democraticamente.

Mas deve antes haver a ação inicial, a educação. Fazem parte do jogo, paciência, respeito, debate, discordância, militância, aprendizado, capacidade crítica, cidadania e, na base, a educação. Educação, educação, educação. No sentido mais amplo e no mais estrito. Sempre instigando o indivíduo ao pensamento crítico, à analise dos fatos e suas consequências, boas e ruins.
Levando-o a ver o que me parece óbvio: a sociedade é realmente boa, quando é boa para todos.

Talvez os filhos de nossos netos vejam essa nova sociedade, essa nova vida, que não nos será dada nem vendida, mas conquistada, com ação, sem omissão. Diz-se que Cristo disse : "Orai e vigiai". Se Ele o disse ou não, não sei, desculpem-me a ignorância, mas o importante é que o façamos, que o comecemos. Se possível já, de preferência agora.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que se vê e o que se sente

Cecília que me perdoe a paródia trágica, mas, com a desculpa esfarrapada da intertextualidade, ela é inevitável.
Ou, traduzindo em bom português: eu simplesmente não tenho palavras boas o bastante para me expressar sobre todo o horror à volta, e busco pegar "emprestado" o saber dos grandes, dos iluminados como ela.

Neste momento em que escrevo, já passam de 530 os corpos encontrados e reconhecidos oficialmente como perdas humanas, na tragédia da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, neste torrencial e claustrofóbico janeiro, do abençoado ano da graça de 2011.
Areal, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo. Áreas ricas e pobres. Todas, destruídas.
Sabemos que é só o começo, que o número de vítimas aumenta à medida que as buscas avançam e novas chuvas, novos deslizamentos, novos desastres, novos corpos chegam, sem cerimônia.
Falta de luz, de água, de esgoto, de comunicação, de moradia, falta de estruturas, de todo o tipo. Fome, sede, dor, choro, doença vêm logo atrás, rapidamente. Roubos, saques, arrastões, o total desrespeito por aqueles que estão, literalmente, na lama, vêm ainda em seguida.

E, acima de tudo, o pior não é o que se vê, o que se lê, o que se ouve, nem mesmo é o que se pensa, mas é o desespero do que se sente, e de quando se percebe o que o outro sente e que, de fato, sente.

É o terror de se sentir compaixão, que não chega a ser maior do que nosso egoísmo ou nosso comodismo em não fazer algo real por aqueles que agora sofrem.
É o terror de se perceber que tudo isso é trágico, não porque é terrível em si, mas porque irá se repetir ainda outras vezes se não fizermos aquele algo real e logo.
É o terror de se sentir culpado por não se sentir, ou não se ser, na verdade, mais consciente e mais solidário do que outros, a quem tantas vezes criticamos.
É o terror de se perceber que há aqueles que não sentem nada disso, que se sentem muito bem, não se importam, e ainda se aproveitam imoral e ilicitamente da situação.

E o principal, o terror de que nada mudará - e nos atingirá - se não mudarmos.

Covardemente, e em nome da auto preservação da alma, tento fechar os olhos e ouvidos para não sucumbir ao desespero de me reconhecer ridiculamente pequeno e totalmente inútil diante de tanta desgraça. Não tenho coragem de mudar e ser um homem melhor porque o mundo precisa que eu seja.

O pouco que fazemos, ou mesmo o muito que fazemos, neste momento, é ainda pouco. Porque o problema não é só deste momento, nem se resolverá só nele. O problema é histórico, estrutural, político, mas é sobretudo moral.

Quando isso mudará ? Não sei, mas com certeza quando começar, então olharemos o outro como alguém, como nós mesmos, não apenas como um algo qualquer que aconteceu e que, incomodamente, perturbou nosso ritmo, nossos planos, nossa paz.
E esta é a mudança essencial de que precisamos como uma sociedade, supostamente, democrática.